Recebi recentemente uma mensagem eletrônica pontual e econômica: qual o melhor livro?
Imagino que o melhor livro seja aquele ao qual sempre recorremos de tempos em tempos, em busca de uma nova leitura que desemboca numa novidade. Como se nunca tivéssemos lido o livro a ponto de entender melhor o que acontece nele. Como se as situações vistas agora nunca estivesse lá. Esse o melhor livro.
quarta-feira, 29 de outubro de 2008
domingo, 26 de outubro de 2008
Repetição política
Os resultados do segundo turno promovido em algumas capitais e em algumas grandes cidades brasileiras demonstram que os artifícios usados tanto na trasição monárquico-republicana quanto na transição autoritária-democrática dos anos 1980 ainda são válidos em tempos considerados plenamente democráticos.
A ascensção de alguns partidos políticos, outrora hostilizados e evitados, comprova simplesmente que o eleitor não evoluiu ou adquiriu maior criticidade em sua visão política, mas que os partidos ditos de esquerda recorrem aos mesmos expedientes contra os quais tanto bradaram.
Mudanças? Sim. De dinheiro e de poder das mãos de um grupo para outro grupo. Nem mais nem menos.
A ascensção de alguns partidos políticos, outrora hostilizados e evitados, comprova simplesmente que o eleitor não evoluiu ou adquiriu maior criticidade em sua visão política, mas que os partidos ditos de esquerda recorrem aos mesmos expedientes contra os quais tanto bradaram.
Mudanças? Sim. De dinheiro e de poder das mãos de um grupo para outro grupo. Nem mais nem menos.
sexta-feira, 24 de outubro de 2008
NInguém mais poderia...
NInguém mais poderia escrever-lhe uma carta de amor. Ela. Apenas ela. Por isso tomou uma caneta azul que exalava olores de flores silvestres, escolheu uma folha de um antigo caderno universitário, deitou-se sobre o tapete na sala e apoiando a caneta sobre a folha jogada no chão fresco redigiu aquilo que seria sua última manifestação de afeto, de carinho, de socorro.
sábado, 18 de outubro de 2008
Fim de semana
Passava a semana inteira orando ao seu Deus quase todo poderoso. Pedia pouco: chegasse rapidamente o fim de semana e, de maneira inversamente proporcional, o fim de semana durasse um mês. Deus quase todo poderoso porque se realmente fosse poderoso, pensava ela trancada no banheiro do trabalho durante a hora do almoço e nos horários de confraternização, não a deixaria envergonhada, humilhada.
O líder de sua igreja recitou um versículo bíblico no qual ressaltava a exaltação dos humilhados. Por algum tempo creu naquelas palavras. Depois, entrou em dúvidas de se realmente mudaria alguma coisa na vida divina e eterna.
O líder de sua igreja recitou um versículo bíblico no qual ressaltava a exaltação dos humilhados. Por algum tempo creu naquelas palavras. Depois, entrou em dúvidas de se realmente mudaria alguma coisa na vida divina e eterna.
quinta-feira, 16 de outubro de 2008
Iniciativa
Li ontem no Jornal de Assis uma interessante reportagem sobre um grupo. O nome do grupo é "Fábrica da Leitura". Entre outras, sua finalidade consiste na divulgação e no incentivo à leitura. A matéria ainda informa de suas atividades inciais praticadas entre os participantes da Legião Mirim, entidade que fica em Assis.
Na edição desta quinta-feira, um artigo de Eduardo Reis, coordenador da Fábrica da Leitura, alerta sobre as imposições absurdas de alguns "educadores". Em seu texto curto, porém de impactante teor alegórico, Eduardo Reis mostra como devemos incentivar as crianças: não com choques, mas com flores. Afinal, a boa leitura não é um deleite floril ou, em outra hipótese, uma sala infinita repleta de brinquedos variados? Como diria Paulo Freire, em seu famigerado "Pedagogia da autonomia", mencionados por Eduardo Reis, ao educador a incumbência de criar. De criar sempre.
Na edição desta quinta-feira, um artigo de Eduardo Reis, coordenador da Fábrica da Leitura, alerta sobre as imposições absurdas de alguns "educadores". Em seu texto curto, porém de impactante teor alegórico, Eduardo Reis mostra como devemos incentivar as crianças: não com choques, mas com flores. Afinal, a boa leitura não é um deleite floril ou, em outra hipótese, uma sala infinita repleta de brinquedos variados? Como diria Paulo Freire, em seu famigerado "Pedagogia da autonomia", mencionados por Eduardo Reis, ao educador a incumbência de criar. De criar sempre.
segunda-feira, 13 de outubro de 2008
Começar a semana
Muitas as maneiras de começar uma semana, mas nenhum começo é válido sem Frank Sinatra, sem o abraço da mulher amada e sem a previsão de percalços que teremos durante ela.
sábado, 11 de outubro de 2008
Mudanças
As mudanças são válidas na medida em que efetivamente representam mudanças. Se elas se restringirem ao uso excessivo do léxico, perdem seu valor e enveredam pelo caminho da retórica vazia.
Assim como as promessas de início de ano: de tanto falarmos que faremos isso, deixaremos de praticar aquilo, deixamos tudo do mesmo jeito. As mudanças não passam de uma figura retórica. Figura à qual todos parecemos presos e da qual não pretendemos nos afastar.
Afinal, quem quer mudar?
Assim como as promessas de início de ano: de tanto falarmos que faremos isso, deixaremos de praticar aquilo, deixamos tudo do mesmo jeito. As mudanças não passam de uma figura retórica. Figura à qual todos parecemos presos e da qual não pretendemos nos afastar.
Afinal, quem quer mudar?
sexta-feira, 10 de outubro de 2008
dois pesos e duas medidas
Imagino que uma das mais inexeplicáveis e ao mesmo tempo interessantes ações é a vontade política. Dela se espera tudo. O que não se consegue efetivamente entender é como prefeitos candidatos a reeleição obtêm êxito se usam dois pesos e duas medidas. Como o eleitor não consegue distinguir um administrador que trabalha pela cidade e outro que apenas a joga na boca do lixo?
quarta-feira, 8 de outubro de 2008
Quem nos lê?
Imagino que um dos prinicipais problemas do escritor sejam seus leitores. Alguns são engraçados, outros revoltados, entediantes, agressivos, moralistas, intelectuais, arredios às leituras mais complexas e mais longas... São tantos os tipos!
Mas pior do que exemplares diversificados de leitores, é a falta de leitor. Talvez porque geralmente o leitor não comunique, mantenha-se silencioso, cresce uma angústia com a possibilidade de não sermos lidos. Tudo bobagem. De um lado ou de outro sempre aparece alguém que diz, em nossa angústia de escritor iniciante, que leu a crônica ou o conto, que discorda da crítica, que detestou a temática e o desenvolvimento de alguma criação. Ainda bem que existem os leitores. Mesmo quando não se manifestam. Obrigado a todos que me lêem.
Mas pior do que exemplares diversificados de leitores, é a falta de leitor. Talvez porque geralmente o leitor não comunique, mantenha-se silencioso, cresce uma angústia com a possibilidade de não sermos lidos. Tudo bobagem. De um lado ou de outro sempre aparece alguém que diz, em nossa angústia de escritor iniciante, que leu a crônica ou o conto, que discorda da crítica, que detestou a temática e o desenvolvimento de alguma criação. Ainda bem que existem os leitores. Mesmo quando não se manifestam. Obrigado a todos que me lêem.
terça-feira, 7 de outubro de 2008
Eis a questão
Um senhor, na fila interminável do supermercado, puxa conversa e pergunta qual minha opinião sobre humildade.
Quando não temos leituras aprofundadas de certos conceitos, nossa reação imediata é dar uma resposta simplista e que caia no maniqueismo. Ou pela leitura de humildade que se pode ter, ou por um intenso testemunho empírico em torno do assunto, perdi-me completamente a ponto de, depois de esperar e de me ver gaguejar, o senhor entreter-se com um jogo de futebol de salão transmitido por um TV à entrada do estabelecimento.
Quem tem humildade?
Quando não temos leituras aprofundadas de certos conceitos, nossa reação imediata é dar uma resposta simplista e que caia no maniqueismo. Ou pela leitura de humildade que se pode ter, ou por um intenso testemunho empírico em torno do assunto, perdi-me completamente a ponto de, depois de esperar e de me ver gaguejar, o senhor entreter-se com um jogo de futebol de salão transmitido por um TV à entrada do estabelecimento.
Quem tem humildade?
sábado, 4 de outubro de 2008
Questão de acreditar
Acreditar e possuir fé são dois termos certamente distintos que, em algumas situações, se complementam. Quem tem fé sempre acredita em algo ou em alguma coisa, mas nem sempre quem acredita tem necessariamente fé em alguma coisa.
De modo que, ao sair do país para disputar prêmios internacionais, o Brasil não apenas trabalha em torno de um nome que será inscrito no quadro dos vencedores, mas se empenha principalmente em ser reconhecido como uma nação capaz de produzir bons escritores, bons músicos, bons documentaristas, bons cineastas, bons atores, bons atletas...
Quando um brasileiro rompe os limites geográficos e se compromete a romper os limites exteriores, deixamos de acreditar no indivíduo para ter fé em alguém que, de alguma maneira, nos leva ao ápice. Não é questão de dinheiro, de fama ou de honraria. É questão de felicidade. Pura e simples felicidade de constatar que somos tão bons ou iguais aos outros milhares de competidores mundiais.
De modo que, ao sair do país para disputar prêmios internacionais, o Brasil não apenas trabalha em torno de um nome que será inscrito no quadro dos vencedores, mas se empenha principalmente em ser reconhecido como uma nação capaz de produzir bons escritores, bons músicos, bons documentaristas, bons cineastas, bons atores, bons atletas...
Quando um brasileiro rompe os limites geográficos e se compromete a romper os limites exteriores, deixamos de acreditar no indivíduo para ter fé em alguém que, de alguma maneira, nos leva ao ápice. Não é questão de dinheiro, de fama ou de honraria. É questão de felicidade. Pura e simples felicidade de constatar que somos tão bons ou iguais aos outros milhares de competidores mundiais.
quarta-feira, 1 de outubro de 2008
Escolhas
Nem sempre as escolhas que fazemos são as mais acertadas.
O erro não está em escolher incorretamente, mas em não despertar em tempo de corrigir o ato falho. Além de corrigir o ato falho, é necessária a coragem de enfrentar os pequenos obstáculos que se põem.
Será que enfrentei meus medos de hoje?
O erro não está em escolher incorretamente, mas em não despertar em tempo de corrigir o ato falho. Além de corrigir o ato falho, é necessária a coragem de enfrentar os pequenos obstáculos que se põem.
Será que enfrentei meus medos de hoje?
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