O espaço que os jornais abrem para os novos escritores constitui uma importante ferramenta de disciplina, de espaço e de incentivo. Disciplina porque quem escreve sabe que terá, sempre no prazo estipulado, que apresentar um texto. Faça chuva ou sol.
Espaço porque, entre os grandes escritores contemporâneos, destacaram-se também os que optaram por um estilo minimalista como Dalton Trevisan. Se temos quarenta linhas a preencher, vamos desenvolvendo técnicas de produção textual capazes de narrar uma mesma situação numa crônica, num conto, numa novela ou num romance. Obviamente todas as histórias são interessantes, porém nem todas assumem fôlego para transpor tranquilamente o vasto braço de mar que separa as margens.
Incentivo? Quando se recebe uma mensagem eletrônica, um telefonema ou uma carta ou, em algumas situações, em cidades menores, se é parado na rua pelo leitor admirado ou indignado por uma posição radical, heterodoxa ou pelo silêncio.
Ainda bem que temos jornais. E, melhor, ainda bem que temos leitores que nos incitam a escrever, a debater e a se debater. E, muito melhor, ainda temos grandes diretores de jornal que, mesmo no interior, têm macrovisão, demonstrando que interior e capital estão simplesmente separados pela quantidade da população, mas intimimamente ligados pela qualidade. Proporcionalmente, os jornais interioranos são iguais e, em muitas vezes, melhores do que os da capital.
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