Praticamente
três anos atrás postei minha última crônica publicada no então “Oeste
Notícias”, jornal de circulação diária em Presidente Prudente (SP). Soube de
seu fechamento por uma conhecida daquela cidade que me indagou do sentimento de
despejo. Sentimento de incômodo unido ao de liberdade. Incômodo pela falta de
delicadeza de compartilharem os planos de encerramento dos trabalhos do
periódico; liberdade pelo fato de, naquele início de 2013, iniciar minhas atividades
no escritório de advocacia e da aprovação no doutorado em literatura na UEL.
Comprometi-me, comigo mesmo, a me dedicar a estudar mais Direito e a publicar
dez textos científicos – fossem eles artigos, resenhas, traduções ou
entrevistas – no período em que me mantivesse distante das páginas da imprensa.
Estudei
Direito – mais do que precisava e menos do que desejaria – e lancei-me à
leitura, redação e envio de resenhas às revistas científicas classificadas, de
acordo com a tabela da CAPES (Coordenadoria de Aperfeiçoamento do Pessoal de
Ensino Superior), de A (as bem avaliadas) a C (as que estão em início de
publicação ou negligenciam parâmetros de publicação). Subscrevi dezenas de
processos; publiquei mais de duas dezenas de resenhas. Aprendi muito, produzi
pouco. Descobri o Teatro e a Dramaturgia e, especialmente, mais do que especialmente, enamorei-me e tornei-me amante das mulheres do sr. Henrik Ibsen. Amadureci bastante, entretanto ainda preciso da consciência da
imperfeição para sentir-me estimulado a melhorar diariamente e a escrita na
imprensa – especialmente naquela condição de nos fornecer espaço delimitado a
ser preenchido regularmente, conforme lembrança contínua de Moacyr Scliar – acabou
por interromper a maturidade no manuseio da palavra de maneira que, até outro
dia, minha orientadora lembrava-se da promessa de entrega de cento e cinquenta
páginas no primeiro ano do curso. A falta da escrita semanal provavelmente
ajudou na “ferrugem” das articulações, mas, voltando ao blog, acabei
descobrindo que, mesmo sem novos textos, conseguimos ultrapassar o número de
trinta mil acessos nas crônicas publicadas três anos atrás.
Acessei
com tranquilidade as estatísticas e descobri também o acesso semanal. Leitores
– ou curiosos de maneira geral – ainda acompanham ou esperam textos neste
espaço geralmente destinado às crônicas, aos artigos de imprensa e às
informações culturais gerais (relacionadas, por exemplo, ao Concurso de
Crônicas Laura Ferreira do Nascimento) ou específicas (publicações em revistas
científicas).
Por
esse motivo – e, mais ainda, para que a facilidade de minha redação e de
articulação de ideais exteriorizadas racionalmente em um texto – volto a
escrever por aqui enumerando, nas próximas postagens, fatos e argumentos que me
ajudaram a amadurecer alguns posicionamentos, a rechaçar outros tantos e,
principalmente, a bater pé em tantos outros.
Durante
esses três anos, três virtudes adquiri:
1
– Silenciar mais do que falar;
2
– Observar mais do que agir;
3
– Saber distinguir discurso de ação e, principalmente, reconhecer a diferença
entre um e outra.
Trezentos
defeitos ou se consolidaram ou se criaram neste triênio. São tantos que o melhor,
neste momento, é procurar listá-los, compreendê-los, discuti-los e remodelá-los
com a boa vontade de sempre de alçá-los à virtude.
Que
esse retorno, caso não seja de produções inteligentes e cativantes, ajude-me
pelo menos a desenvolver escrita regular e organizada.
Que
comecemos 2016 com êxito!
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