Na última postagem fiz algumas considerações sobre Clóvis Bevilaqua, meu objeto de estudo na dissertação de mestrado. Fazer História - assim como fazer Filosofia, Literatura ou Direito - exige fôlego para reunir os elementos do campo historiográfico que, sem dúvida, não são fáceis de colocar no mesmo lugar.
Ontem fiz a apresentação de minha comunicação de pesquisa no encontro da seção paulista da ANPUH (Associação Nacional de História). O encontro, realizado no departamento de História da Universidade de São Paulo, reuniu algumas centenas de historiadores não apenas paulistas. Do meu grupo de apresentação constava a famigerada historiadora Izabel Marzon que tratou de alguns vieses pouco estudados do Joaquim Nabuco.
Na volta para casa - trajeto de três horas de viagem entre a USP e o outro lado da cidade - afloraram entre os pensamentos os grandes nomes que ficaram retidos em pontos da vida por algum motivo e depois se eternizaram. O primeiro que veio foi o de Einstein, reconhecidamente fraco em matemática e em números durante a infância, tornou-se um dos mais brilhantes físicos do mundo.
Depois lembrei do Machado de Assis: quem diria que um homem sem diploma de bacharel, mulato, gago e aparentemente condenado ao anonimato subiria a escadaria literária? E Guimarães Rosa ou Clarice Lispector com suas prosas bem diferentes de todas as demais? Em muitos casos, Lispector foi acusada de hermética. Quando lembro desses casos iniciais, penso: O que é Literatura? Quem são efetivamente os "historiadores"? Finalmente, o que é História?
Muitos outros casos na Literatura podem ser citados - assim como na música, no cinema, no teatro. Quando mais uma vez lembro deles, lembro concomitantemente de um fragmento de Camões que diz qualquer coisa como "senão fosse para tanto, tão curta a vida".
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